quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

CENÁRIOS - IV Mostra de Teatro em Loulé

Entre 1 de Março e 5 de Abril, o Concelho de Loulé recebe a iniciativa "CENÁRIOS - IV Mostra de Teatro", um evento que irá levar o teatro às várias freguesias do Concelho, através de 18 apresentação de peças de grupos amadores do Concelho e também de grupos profissionais, para além de ateliers de teatro dirigidos a vários públicos.

As companhias profissionais do país que fazem parte deste evento vão fazer as suas apresentações no Convento de Stº António, em Loulé, em sessões agendadas para as 21h30.

TZM Tozé Martinho Produções vai estar na abertura desta Mostra de Teatro, a 1 de Março, com a apresentação da peça "As Calcinhas Amarelas". No dia 6, é a vez do grupo Primeiros Sintomas levar a cena "Lindos Dias". Para 13 de Março está prevista a realização do espectáculo "A Gargalhada de Yorick", pelo Teatro Instável.

No que respeita a estas actuações de companhias de âmbito nacional, há ainda a destacar a encenação do Teatro do Montemuro, com "Da Minha Ponto de Vista" (20 Março), do CENDREV, com "Memórias de Branca Dias" (27 de Março - Dia Mundial do Teatro) e da ACTA, com "Efeito Imediato" (3 de Abril).

Relativamente aos grupos do Concelho de Loulé, sobem ao palco as quatro companhias que foram distinguidas com a Bolsa de Apoio ao Teatro: Teatro Análise de Loulé, Grupo de Teatro Arte de Viver, Grupo de Teatro 100 Palavras e Teatro Amador de Quarteira.
Assim, o Teatro Análise de Loulé traz a peça "A Nova História de João o Ratão", que estará em cena nos dias 8 de Março, às 15h30, na sede do Grupo Desportivo Ameixialense, 15 de Março, às 15h30, no Centro de Dia de Benafim, e 22 de Março, pelas 15h30, no Centro Comunitário do Barranco do Velho.

Os espectáculos nas freguesias são gratuitos e as peças apresentadas no Convento de Santo António têm um custo de 5 euros.


Ateliers de teatro

A par dos espectáculos, o CENÁRIOS engloba também uma vertente pedagógica no seu programa.
Assim, nos dias 12 e 13 de Março, às 10h00 e 14h00, no Ginásio dos Espanhóis, realiza-se uma actividade de teatro para grupos escolares. "Ler, Ouvir e Contar" é o tema desta iniciativa promovida pelo Bicateatro.

Já nos dias 13 (das 20h30 às 23h30), 14 e 15 de Março (das 10h00 às 13h00 e das 15h00 às 19h00), no Ginásio dos Espanhóis, o Bicateatro realiza o atelier de teatro "Contos contigo" dirigido a jovens a partir dos 16 anos. O custo das inscrições é de 15 euros.

Rui Baeta e Ruben Alves promovem o atelier "A voz cantada no Teatro-Musical". Esta actividade está agendada para os dias 21 e 22 de Março, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 18h30, no Ginásio dos Espanhóis. A audição final tem lugar no dia 22, às 21h30, no Convento de Santo António. As inscrições têm um custo de 15 euros.

As marcações podem ser feitas através do telefone 289400611.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

É mesmo sobretudo Cansaço!!

È exactamente isto!! Não o consigo descrever de uma maneira melhor...


O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,Cansaço...


Álvaro de Campos

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Poesia Popular sim!



110 anos de António Aleixo

Considerado um dos poetas populares algarvios de maior relevo, famoso pela sua ironia e pela crítica social sempre presente nos seus versos, António Aleixo também é recordado por ter sido simples, humilde e semi-analfabeto, e ainda assim ter deixado como legado uma obra poética singular no panorama literário português da primeira metade do século XX.
Faleceu por conta de uma tuberculose, em 16 de Novembro de 1949, doença que tempos antes havia também vitimado uma de suas filhas.



"Quando não tenhas à mão
outro livro mais distinto,
lê estes versos que são
filhos das mágoas que sinto."

"Após um dia tristonho,
de mágoas e agonias
vem outro alegre e risonho:
são assim todos os dias."

"Tu és fonte de água clara
que deixa ver a nascente,
porque me mostras, na cara,
o que o teu coração sente."

"Os meus versos o que são?
Devem ser, se os não confundo,
pedaços do coração
que deixo cá neste mundo."



António Aleixo, "Este livro que vos deixo..."

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009