sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

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Porque será que escrever é uma necessidade dos magoados dos incrédulos dos saudosos!
Leva-nos obrigatoriamente a compor sempre coisas ridículas e enfadonhas, decididamente menos apetecíveis de se lerem mas tão prementes de se manifestarem,
Palavras que ao se confessarem trazem ao ridículo ápices de loucura, realidades envelhecidas
No palco passagens de um espectáculo com cenários de cheiros e cores apetecíveis,

Uma brisa cálida de final de tarde acompanhou o rumo invulgar que a jornada se viria a tornar,
Já era tarde, quando a lua se precipitou sob o manto negro que abafou a tarde
Estava ela deitada num sofá nada confortável, e os minutos pareciam horas
O tempo teimava em não passar, tudo naquela casa parecia definhar,
Parecia que a própria estrutura débil detinha uma vontade de abater-se sobre o estreito sofá onde tentava fechar os olhos e aquietar-me.

O vento que fazia não era suficiente para me fazer lembrar em pegar no casaco antes de sair de casa a correr,
Num emaranhado de tantas coisas, e em bicos dos pés elevo o corpo numa procura curiosa,
Até há poucos minutos o receio era a simples questão de me arrepender na mesma altura,
Através de um vidro manchado desenho um perfil, de imediato reconheço a feição
Na mesma altura que se torna nítida, estampo um sorriso estúpido
Era isto mesmo…
O que restou do dia, da noite, da madrugada, foi uma jornada de escárnios e falares.

A luz elevou o manto negro e fez aparecer um dia diferente dos todos
O vento que se fazia ainda sentir mais uma vez não chegava a incomodar,
Do muro virado a sul, o sol castigava a pele ainda morena e o dialogo duraria mais meia dúzias de horas,
Mas a luz não brilha incessantemente, e o mais certo era a brisa cálida de final de tarde voltar a acompanhar-me de volta a casa.

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